“Por essa razão, pois amados,
esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por Ele em paz, sem
mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor,
como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que
lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato costuma fazer em
todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que
os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras,
para a própria destruição deles.
Vós, pois, amados, prevenidos
como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro
desses insubordinados, descaias de vossa própria firmeza; antes, crescei na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a
glória, tanto agora como no dia eterno.” II Pedro 3:14 a 18
Por esta exposição inicial, vamos
iniciar um estudo sobre textos mal compreendidos hoje pelos cristãos, com
relação a Lei de Deus ou Dez Mandamentos, e descobrir a verdade sobre tais
textos, dentre eles:
Gálatas 3:10 - “Todos
quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição…”
Gálatas 3:13 - “Cristo nos
resgatou da maldição da lei…”
Efésios 2:15 - “Aboliu, na
Sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças…”
Colossenses 2:16 e 17 - “Ninguém,
pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou
de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é
de Cristo.”
LEIA OS VERSÍCULOS SEGUINTES
COMPARANDO COM OS CITADOS ACIMA.
Romanos 3:31 - “Anulamos,
pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a Lei.” – Ora!
Não foi desfeita a Lei? Não é maldito o que a observa? Porque então
“estabelecer” uma Lei nestas condições, ainda mais sobre a base da fé?
Romanos 7:7 - “Que diremos,
pois? É a Lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão
por intermédio da Lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a Lei não
dissera: ‘Não cobiçarás.’”
Romanos 7:12 - “Por
conseguinte, a Lei é santa, e o mandamento, santo, e justo e bom.” – Repetindo:
Lei santa, Lei justa e Lei boa. Como admitir que a mesma seja maldita?
Efésios 6:2 - “Honra a teu
pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa…” – Paulo adverti a
observar esse mandamento, no entanto, seria ilógico observá-lo, já que os Dez
Mandamentos, foram “desfeitos”, não acha?
I Timóteo 1:8 - “Sabemos,
porém, que a Lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo…” – E agora?
Para onde ir? É inconcebível que uma coisa maldita, desfeita ou anulada, seja
boa, concorda?
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Até aqui, é possível ter
entendido que há diversidade de leis na Bíblia. E realmente Paulo menciona
muito o termo lei, nos assuntos que enfoca, de maneira ora explícita e clara,
ora dificultosa aoentendimento imediato. Certo é que Paulo estabelece a diversidade
de leis, realçando uma, a Lei de Deus (Dez Mandamentos) também
conhecida como Lei Moral e mostrando a caducidade de outra, a Lei
de Moisés, também conhecida Lei Cerimonial na qual era constituída
de: sacrifícios, ofertas diversas, circuncisão, dias de festas…
Crê boa parte dos cristãos de
hoje que a Lei de Deus foi abolida quando Cristo morreu na cruz. Isso ocorre
porque estes mesmos cristãos aplicam ao termo “LEI”, encontrado nas
Escrituras, como a definição de todas as leis da Bíblia. Não sancionam a
separação delas e discordam que haja distinção entre as mesmas, tudo se resume,
pensam, na Lei de Moisés.
Admitir que a Bíblia só apresente
uma lei, e que tudo é Lei de Moisés, não havendo portanto distinção entre elas,
é o mesmo que dizer ser ela um amontoado de contradições. De fato, existem leis
providas de Deus, que foram enunciadas, escritas e entregues por Moisés, e
entre elas está a Lei Cerimonial, constituída de um ritual que os judeus
deveriam praticar até que viesse o Messias Jesus. (Êxodo 24:7; Deuteronômio
31:24 a 26)
“Os descendentes de Abraão foram
cativos no Egito, e o clamor de suas aflições foram ouvidas por Deus, e Ele
‘lembrou’ da aliança que fizera com Abraão, resgatando assim os israelitas do
seu opressor, fazendo deles oráculos, guardiões dos estatutos divinos, e ao
mesmo tempo testemunhas do poder Criador de Deus às demais nações.” (Gênesis
17:1 a 8; Gênesis 17:9 a 14; Êxodo 3:1 a 9; Êxodo 19:1 a 8)
Os rituais cerimoniais que Deus
estabeleceu, simbolizava o evangelho para eles (judeus), e compunha-se de
ordenanças como: ofertas diversas, holocaustos, abluções, sacrifícios, dias
anuais de festas específicas e deveres sacerdotais. E tais ordenanças foram
registradas na Lei de Moisés [Lei Cerimonial], não na Lei de Deus [Lei Moral].
(II Crônicas 23:18; II Crônicas 30:15 a 17; Esdras 3:1 a 5).
Todo o cerimonialismo,
representava Cristo. Todas os estatutos e leis cerimoniais que eram realizados
pelos judeus apontavam para Ele. Todas as coisas realizadas representava o
sacrifício, o perdão e a salvação realizado por Cristo na cruz. (Colossenses
2:8 a 19). Pesquisando atentamente as Escrituras, podemos encontrar outras leis
como:
• leis acerca dos altares – Êxodo 20:22 a 26;
• leis acerca dos servos – Êxodo 21:1 a 11;
• leis acerca da violência – Êxodo 21:12 a 36;
• leis acerca da propriedade – Êxodo 22:1 a 15;
• leis civis e religiosas – Êxodo 22:16 a 31;
• lei dietética – Levítico 11;
• repetição de diversas leis – Levítico 19…
• leis para os sacerdotes – Levítico 21:1 a 24;
• leis acerca dos servos – Êxodo 21:1 a 11;
• leis acerca da violência – Êxodo 21:12 a 36;
• leis acerca da propriedade – Êxodo 22:1 a 15;
• leis civis e religiosas – Êxodo 22:16 a 31;
• lei dietética – Levítico 11;
• repetição de diversas leis – Levítico 19…
• leis para os sacerdotes – Levítico 21:1 a 24;
Existe, porém, um código
particular e distinto, escrito e entregue pelo próprio Deus a Moisés, a Lei
Moral [Dez Mandamentos - Êxodo 31:18]. Esta Lei é universal e eterna. (Isaías
56:1 a 8; Mateus 5:17 a 20; Eclesiastes 12:13 e 14). Portanto estudando com
cuidado e humildade, buscando o auxílio do Senhor para compreendê-las,
poderemos através do Espírito Santo, ter a mente esclarecida e encontrar na
Bíblia essa variedade de leis.
A LEI E O EVANGELHO
Quando os judeus rejeitaram a
Cristo, rejeitaram a base de sua fé. E, por outro lado, o mundo cristão de
hoje, que tem a pretensão de ter a fé em Cristo, mas rejeita a Lei de Deus,
comete um erro semelhante ao dos iludidos judeus. Os que professam apegar-se a
Cristo, polarizando nEle as suas esperanças, ao mesmo tempo que desprezam a Lei
Moral e as profecias, não estão em posição mais segura do que os judeus
descrentes. Não podem chamar inteligentemente os pecadores ao arrependimento,
pois são incapazes de explicar devidamente o de que se devem arrepender. O
pecador, ao ser exortado a abandonar seus pecados, tem o direito de perguntar:
Que é pecado? Os que respeitam a Lei de Deus podem responder: “Pecado é a
transgressão da Lei.” (I João 3:4). Em confirmação disto o apóstolo Paulo diz:
“… eu não conheceria o pecado, não fosse a Lei.” (Romanos 7:7)
Unicamente os que reconhecem a
vigência da Lei Moral podem explicar a natureza da expiação. Cristo veio para
servir de mediador entre Deus e o homem, para unir o homem a Deus, levando-o à
obediência a Sua Lei. Não havia e não há na Lei, poder para perdoar o
transgressor. Jesus, tão-só, podia pagar a dívida do pecador. Mas o fato de que
Jesus pagou a dívida do pecador arrependido não lhe dá licença para continuar
na transgressão da Lei de Deus; deve ele, daí por diante, viver em obediência a
essa Lei.
A Lei de Deus existia antes da
criação do homem, ou do contrário Adão não podia ter pecado. Depois da
transgressão de Adão não foram mudados os princípios da Lei, mas foram
definitivamente dispostos e expressos de modo a adaptar-se ao homem em seus
estado decaído. Cristo, em conselho com o Pai, instituiu o sistema de ofertas
sacrificais; de modo que a morte, em vez de sobrevir imediatamente ao
transgressor, fosse transferida para uma vítima que devia prefigurar a grande e
perfeita oferenda do Filho de Deus.
Os pecados do povo foram em
figura transferidos para o sacerdote oficiante, que era um mediador para o
povo. O sacerdote não podia ele mesmo tornar-se oferta pelo pecado e com sua
vida fazer expiação, pois era também pecador. Por isso, em vez de sofrer ele
mesmo a morte, sacrificava um cordeiro sem mácula; a pena do pecado era
transferida para o inocente animal, que assim se tornava seu substituto
imediato, simbolizando a perfeita oferta de Jesus Cristo. Através do sangue
dessa vítima o homem, pela fé, contemplava o sangue de Cristo, que serviria de
expiação aos pecados do mundo.
PROPÓSITO DA LEI CERIMONIAL
Se Adão não tivesse transgredido
a Lei de Deus, nunca teria sido instituída a Lei cerimonial. O evangelho das
boas novas foi primeiro dado a Adão na declaração que lhe foi feita, de que a
semente da mulher havia de esmagar a cabeça da serpente; e foi transferido
através de gerações a Noé, Abraão e Moisés. O conhecimento da Lei de Deus e do
plano da salvação foi comunicado a Adão e Eva pelo próprio Cristo. Entesouraram
cuidadosamente a importante lição, transmitindo-a verbalmente aos filhos e aos
filhos dos filhos. Assim se preservou o conhecimento da Lei de Deus.
Os homens naqueles dias viviam
quase mil anos, e anjos visitavam-nos com instruções providas diretamente de
Cristo. Foi estabelecido o culto de Deus mediante as ofertas sacrificais, e os
que temiam a Deus reconheciam perante Ele os seus pecados, aguardando, com
gratidão e santa confiança, a vinda da Estrela da Manhã, que havia de guiar ao
Céu os caídos filhos de Adão, por meio do arrependimento para com Deus e a fé
em nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Assim era o evangelho pregado em cada
sacrifício; e as obras dos crentes revelavam continuamente a sua fé num
Salvador porvindouro. Disse Jesus aos judeus: “Porque, se vós crêsseis em
Moisés, creríeis em Mim; porque de Mim escreveu ele. Mas, se não credes nos
seus escritos, como crereis nas Minhas palavras?” (João 5:46 e 47)
Era, porém, impossível a Adão,
por exemplo e preceito, deter a onda de miséria que sua transgressão trouxera
aos homens. A incredulidade insinuou-se no coração dos homens. Os filhos de
Adão apresentam os dois rumos seguidos pelos homens em relação às reivindicações
de Deus. Abel via a Cristo prefigurado nas ofertas sacrificais. Caim era
incrédulo quanto à necessidade de sacrifícios; recusou-se a discernir que
Cristo era tipificado pelo cordeiro morto; o sangue de animais parecia-lhe não
ter virtude alguma. O evangelho foi pregado a Caim, assim como para seu irmão;
mas foi-lhe um cheiro de morte para morte, visto como não reconheceu, no sangue
do cordeiro sacrifical, a Jesus Cristo – única provisão feita para salvação do
homem.
Nosso Salvador, em Sua vida e
morte, cumpriu todas as profecias que para Ele apontavam, e foi a substância de
todos os tipos e sobras apresentados. Ele guardou a Lei Moral, e exaltou-a
satisfazendo a suas reivindicações, como representante do homem. Aqueles, de
Israel, que se volveram ao Senhor, e aceitaram a Cristo como a realidade
simbolizada pelos sacrifícios típicos, discerniram a finalidade daquilo que
devia ser abolido.