Estou há muito tempo sem escrever por
aqui e cada vez que penso em fazê-lo, mais o desânimo me invade. Escrever o
quê? Sobre o que escrever eu sei, pois este é um blog cristão, cujas postagens,
ainda quando pessoais e intimistas, trazem em si uma grande dose do
cristianismo que professo.
Sem
querer vender uma falsa impressão de carência ou de santidade, sinto cada vez
mais intenso o distanciamento a me empurrar dos blogs e sítios virtuais que
tratam de cristianismo, e mais ainda da apologética tão em voga por estas
plagas. Há, certamente, coisas muito boas, mas há também muito orgulho. Ao
final, erramos todos.
Irmãos
antes admirados, tornam-se nossos algozes. O conhecimento intelectual
sepultando a sabedoria. Uma tal fé completamente híbrida, sem qualquer fruto.
Amor, bondade, paz, passam a ser apenas "muleta" usada por
"ignorantes". A filosofia toma o lugar da teologia e a pregação é
substituída pelos longos, enfatuados e afetados teologismos.
Há
um discurso de bondade e de "fé", mas sem quaisquer ações nesse
sentido. As ações efetivas se direcionam para a discussão sem misericórdia; a
exortação sendo substituída pela ironia fina. Não há lugar para sequer relances
de humildade ou as mais tênues manifestações de afeto: a arena teo-filosófica
não permite tais fraquezas.
Leia também >> Quem é o ladrão ? <<
Nos
mais loquazes "combatentes" dessa "guerra" do cristianismo
virtual sobram farpas, arestas, acusações, denúncias. Ao final dos áridos
'rounds', depois de muito vituperar, encerra-se com uma espécie de reverência,
quase uma doxologia: "que Deus tenha misericórdia de nós". Ou: "naquele
que nos salvou". Quase a soar como um epitáfio... Quem sabe seria
a morte do verdadeiro amor cristão, com o endeusamento da razão.
Há
exceções, sem dúvida. Em muito do que escrevi e narrei acima, eu também estou
incluído. Porém, ando em busca de um cristianismo mais calmo, mais amigo, mais
puro; menos altivo, menos "sábio".
Não
é preciso que me digam que sei pouco, pois eu mesmo enxergo e reconheço as
minhas carências e limitações, principalmente na seara filosófica. Contudo,
pouco me acresce a filosofia, ainda que com laivos de interesse e edificação
cristãs, notadamente quando consorciada com a Verdade e dela dependente.
Este
pequeno texto revela cansaço. Revela ainda a certeza de que serei cada vez mais
seletivo, muitas vezes fugindo de alguns sábios e me aproximando de outros,
cuja sabedoria evidencie verdadeira reverência e piedade cristã real.
O
saber não distancia o homem de Deus, disto estou certo. O que distancia é a
pretensão.
#oremos.
Fonte: aqui.
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