Quando
digitamos a palavra "páscoa" no Google imagens, as primeiras 100
imagens são somente fotos de coelhos e chocolates, o que na verdade, é somente
uma demostração de como ela é representada pelo mundo capitalista que vivemos.
Contudo, quando digitamos páscoa verdadeira, logo encontramos imagens do que
seria o Cristo, cruz, mensagens... Então, antes de começar a ler este texto,
faça esse teste.
Páscoa é
a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas
de todas as outras festas na Bíblia. Páscoa (Pêssarr, em hebraico) significa
literalmente “passagem” (pois o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de
Israel, poupando-os. Ex 12:27). É uma FESTA instituída por Deus como um
memorial para que os filhos de Israel jamais se esquecessem que foram escravos
no Egito, e que o próprio Deus os libertou com mão poderosa, trazendo juízo
sobre os deuses do Egito e sobre Faraó. (Ex 12). Páscoa fala de memória, de
identidade. O povo de ISRAEL foi liberto do Egito para poder servir a Deus e ser
luz para as nações. Páscoa é uma FESTA instituída para que jamais ISRAEL se
esqueça quem foi, quem é e o que deve ser. Da mesma forma, não apenas os judeus
mas todos os que são discípulos de Cristo são co-herdeiros e co-participantes
das promessas e das alianças dadas por Deus a Israel, pois através do Evangelho
foram enxertados em ISRAEL e são parte da mesmo corpo (judeus e não-judeus), a
Família de Deus (Ef 3:6). O simbolismo da Páscoa é parte da mensagem no Novo
Testamento, e toda a obra da Cruz se baseia no evento da Páscoa Judaica. Jesus
não apenas é morto em Páscoa, mas ele simboliza o próprio CORDEIRO pascal (I Co
5:8), que TIRA o pecado do mundo (Jo 1:29) e cujo sangue nos liberta, nos
resgata da escravidão do pecado e nos SELA como Seus filhos. Nele
(Cristo), somos feitos NOVAS CRIATURAS sem o fermento da malícia e da maldade.
Como podemos ver, não se pode entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa
que é a mais simbólicas das Festas de Deus. Páscoa fala de nossa LIBERTAÇÃO
para servirmos a Deus.
Como os antigos judeus comemoravam esta data?
Segundo Ex capítulo 12, Páscoa deveria ser
celebrada com um jantar familiar, onde um Cordeiro seria assado e comido por
todos. O jantar também deveria ter o pão asmo ou sem fermento (matzá, em
hebraico) e ervas amargas. O pão sem fermento nos ajuda a lembrar que na noite
da Páscoa no Egito, comemos às pressas e o pão não teve tempo de fermentar. As
ervas amargas nos lembram de como nossa vida era amarga quando éramos escravos
de Faraó.
Por volta do ano 550 a.C., os judeus criaram uma sequência
para o jantar (chamada de Hagadá), que incluía o RELATO do Êxodo, os 4 cálices
de vinho e o Charosset (pasta doce). A intenção e o mandamento (Ex 12:26)
é que TODOS os membros da família participem das narrativas e da liturgia, e
que a festa seja uma ferramenta DIDÁTICA para se ensinar às crianças sobre como
o Senhor nos libertou com mão forte do Egito. Jesus, quando celebrou seu último
jantar de Páscoa com os discípulos, seguiu exatamente a tradição judaica vigente
em sua época e até os dias de hoje. Ele utilizou quase todos os elementos e a
seqüência que temos hoje nos lares judaicos. Não apenas isso, mas ele utilizou
parte da tradição criada no séc VI a.C. para institucionalizar a Santa Ceia.
Existem adereços especiais que nos ajudam a ver
como a Páscoa era comemorada?
A forma como desde o século VI a.C. os judeus
celebram a Festa de Páscoa é praticamente a mesma de hoje. Na mesa temos um
prato especial chamado “Keará”. Nele dispomos os elementos do jantar:
Beitsá (um ovo cozido que representa a oferta de Páscoa feita no Templo –
Chaguigá), o Zerôa (um osso de cordeiro que representa o Cordeiro Pascal – nos
lares judaicos tradicionais não se come cordeiro em luto à destruição do
Templo), as ERVAS Amargas (Karpás: batada cozida ou cebola – que representa o
duro trabalho dos hebreus no Egito; o Marôr: gengibre; e o Chazêret:
salsão), e o Charôsset (uma pasta doce que se assemelha a um barro – lembrando
do barro que os filhos de Israel amassavam no Egito para fazerem tijolos). Além
dos elementos do PRATO KEARÁ, temos também TRÊS pães ásmos e 5 cálices de vinho
– cada um com um simbolismo diferente.
Como as famílias devem hoje celebrar esta data?
Os Judeus (sejam eles crentes em Jesus ou não), celebram esta festa da forma
descrita acima pois ela é um estatuto perpétuo (Ex 12:14). Para os judeus
crentes, esta festa é ainda mais especial, pois Yeshua (Jesus) é o nosso
Cordeiro Pascal. Mas e os cristãos não-judeus? Temos provas nas escrituras que
a Igreja, até meados do séc IVd.C., celebrava a Festa de Páscoa como os judeus
(com pães asmos e no dia 14 de Nissan) – I Co 5:8 e Cl 2:16. Algumas obras
Patrísticas também atestam a mesma coisa (Peri Pascha – Melito de Sardes – séc
II d.C.). A Pascoa Judaica só foi proibida de ser celebrada no Concílio de
Antioquia, em 341 d.C, e demorou quase 400 anos até que as pessoas tivessem
deixado de vez esta tradição dos apóstolos.
Ovo de páscoa… pode?
A Páscoa Cristã, oficializada em 325 d.C. no Concílio de Nicéia, foi
instituída com o intuito de substituir a Páscoa celebrada por Jesus e pela
Igreja até então. Nos países de língua anglo-saxônica a páscoa cristã é
conhecida como “Easter”, mas nos países de língua latina a palavra “Páscoa” foi
mantida como uma transliteração da palavra “Pêssach”, em hebraico). O nome
“Easter” é proveniente de uma festividade de primavera celebrada por Assírios,
Babilônios (e posteriormente Celtas), em adoração a deusa Ishtar (ou Oestre no
mundo nórdico). Esta era a deusa da fertilidade, daí ovos e coelhos eram usados
como simbolismos. Em outras palavras, qualquer historiador ou qualquer
enciclopédia atestará que a origem do ovo é pagã. Se temos a verdadeira Páscoa
que era celebrada por Jesus, pelos apóstolos e pela Igreja até o séc. VI d.C,
porque deveríamos adotar costumes pagãos em nossas casas?
Será que Jesus, se estivesse presente em carne e
osso entre nós, endossaria a troca de ovos enfeitados e coelhos de chocolates?
Que cada discípulo de Cristo verdadeiro saiba discernir a Fé que vive e ensina
à seus filhos.
retirado e modificado de: fonte