segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O culto ao show



O cristão que tem discernimento para LER o contexto evangélico atual, sabe que a crise de superficialidade também já impacta o nosso meio em diversas áreas como: teologia, moral, ética...
     
Quero lembrar a você o que significa a palavra culto: o dicionário Aurélio define culto assim:
Adoração ou homenagem à divindade em qualquer de suas formas e em qualquer religião.

Quero como voz profética, tocar o alarme indicando o desvio que muitos evangélicos estão tomando, no que diz respeito aos chamados “shows evangélicos”. A leitura que faço é que show não é culto, o que está havendo na verdade é  “culto ao show”.   
Vimos que culto é homenagem, adoração, enquanto show é espetáculo e na dramatização do espetáculo da fé, os cenários escolhidos para estes shows “geralmente” são fora dos templos religiosos, em um espaço apropriado para grandes festas promovidas por aqueles que chamamos de mundanos, festas estas também denominadas mundanas.
    
Chegado o dia e hora marcados para o início de um destes shows os ídolos entram no palco, a dramatização se inicia, a multidão é convidada a festejar... As reações são diversas: alguns gritam pelo nome do seu ídolo, outros assoviam, fotografam, e alguns, quando tem oportunidade, pedem autógrafos.

Geralmente o ídolo é convidado quando está lançando seu mais novo trabalho num lucrativo mercado religioso. Até os promotores de eventos não evangélicos já perceberam que o mercado evangélico tem muitos fãs e consumidores. De quem é a culpa do culto ao show ? Em parte é de algumas lideranças evangélicas que querem dar o que o povo deseja ao invés do que eles precisam.

No culto ao show os ídolos são reverenciados, e muitos gostam disso, pois estão buscando popularidade, querem ser celebridades, afinal de contas, tudo está ao avesso:

o culto é show...
o pastor é animador de auditório...
os cantores são estrelas...
a congregação são os fãs...
o altar é o palco...
a comunhão é o ficar...

Aqui vai uma pergunta: Show e culto são sinônimos? Sem falar que se alguém for pregar a palavra , muitos fãs  afirmarão: “eu vim aqui para ouvir música e não palavra”, outros se dispersarão e a maioria se juntará dando uma vaia coletiva em protesto à palavra que tentaram expor. Podemos falar ainda da pobreza musical nas letras medíocres...

Ah é bom parar por aqui, mas antes deixe -me fazer outra pergunta: o show evangélico cura ou adoece? 

A verdade é que nos shows evangélicos entram de tudo, às vezes até Deus, é! Deus também entra! Ele está presente quando tanto aqueles que estão promovendo, como os cantores e ministros, como o povo (na sua maioria jovem), não encara o ministério como um mercado nem o culto como um show, quando estes querem obedecer a Deus e não aos homens, quando todos tomamos consciência que Deus abomina a idolatria e que Ele não dá a sua glória a outro.

Aí sim, teremos um culto a Deus, e ali O encontraremos e seremos impactados , impactando também o meio em que vivemos.

“Buscar-me-eis , e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.
E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregarvos - ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei”. (Jeremias 29:13-14)

Escreve um dos profetas do deserto

Wellington Andrade Matos
Pr. da Rede Juvenil da Igreja Batista Central